OS ECOS DO APAGÃO


Você sabe em que dia e mês começa o próximo carnaval? Ou o dia da semana em que caem os feriados prolongados dos próximos anos? É, mas muito provavelmente, antes dessas datas felizes você vai saber em que dia o sinal analógico de TV vai ser desligado na sua região. Ah, vai saber sim! Uma portaria publicada no dia primeiro deste mês determina que, durante um ano antes do desligamento, cada emissora veicule diariamente anúncios sobre a data e o novo canal de sintonia digital. Você vai ter de assistir durante um ano, em todos os canais, a data na qual o sinal analógico vai ser desligado na sua região.

Começa com 3 anúncios por dia por canal e, a cada 2 meses, mais 3 anúncios diários. Isso significa que quando faltar dois meses para o desligamento, você pode assistir 15 anúncios diários, sobre a mesma coisa que já sabe há 10 meses. Um sério problema para os especialistas em comunicação, que precisam tornar a programação atraente!

A data de desligamento vai variar de uma região para outra. O sinal apaga no dia 3 de abril de 2016 em Brasília, então a campanha informativa começa logo por lá, em menos de 4 meses. Em maio é na cidade de São Paulo e assim vai, numa agenda com 16 datas para desligar a TV analógica em cada setor de radiodifusão do país. O desligamento do último setor vai ser no dia 25 de novembro de 2018. Daí acabou a TV analógica no Brasil.


TESTE DE RESISTÊNCIA


Contagens regressivas costumam ser momentos de grande emoção. Nos filmes são lançamentos de foguetes, de mísseis, bombas que vão detonar. Mas regressiva de um ano!? É como se, em plena ressaca do reveillon, você começasse a contar quanto falta para o fim do ano que veio.

Uma propaganda de TV dificilmente fica no ar por dois meses. O público cansa. Aqueles anunciantes que nunca saem da tela inventam um comercial diferente atrás do outro, justamente para não irritar o telespectador, cansado da mesma mensagem. E ainda, mesmo para campanhas publicitárias intensivas, 15 inserções diárias é algo que praticamente não acontece. É justamente o que está programado para os dois últimos meses antes do "switch off", como é chamado tecnicamente o desligamento do sinal. No jargão das emissoras é só "apagão analógico".

O hábito do público de televisão é de uma relação passiva com o aparelho. Ele senta no sofá e fica ali, esperando ser seduzido, envolvido. Se isso não acontece ele muda de canal. E se mesmo assim não melhorar, ele desliga. Por isso não pode irritar aquele ser passivo tão disputado. Tem que preencher o tempo dele de maneira agradável, com muita habilidade. Diante desse desafio, possivelmente emissoras vão inventar artifícios curiosos para fazer passar pela goela do telespectador a contagem regressiva mais demorada do que o novo milênio.


PORÉM...


Se não são poucas as preocupações dos donos das emissoras com o apagão analógico, pelo menos uma delas ficou 70% menor. Porque essa é a redução de custo proporcionada por um sistema compacto que a EiTV desenvolveu para implantar a sinal digital. Para emissoras menores, o MVE-100 e o Remux Datacaster, da EiTV, podem representar a alternativa que vai viabilizar a mudança. O sistema recebe a chamada "banda base", que sai do controle mestre, e gera um BTS para o modulador, que prepara o sinal para ir ao ar.

A programação gerada na emissora chega ao MVE-100 em SDI. O equipamento faz a codificação e a compressão transformando tudo num TS - Transport Stream, com qualidade e baixo delay. Em seguida o Remux Datacaster faz a multiplexação, remultiplexação , adiciona as tabelas SI/PSI, guia de programação, closed caption e o carrossel enviando aplicações interativas. Os dois equipamentos do sistema fazem tudo que antes era distribuído por 4 equipamentos e custava pelo menos 3 vezes mais. A confiabilidade é a mesma. Essa compactação de sistemas é uma otimização típica da informática, e deve se firmar como regra nas próximas gerações de equipamentos para TV digital. Tanto que grandes emissoras estão adquirindo o novo sistema da EiTV para rodar em paralelo com os sistemas maiores já implantados. A EiTV desenvolveu essas inovações em parcerias com fabricantes americanos e canadenses, que até então operavam apenas com sistemas ATSC e DVB.

O desligamento do sinal analógico é irreversível. As emissoras que ainda não se equiparam não podem esperar mais. Afinal, quando estiver em cima da hora, vai ser absolutamente impossível convencer alguém de que não sabia a data exata.

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