O MEU AMIGO ME PEDIU
Há cerca de 40 anos viajar para o Exterior era coisa rara. “Andar de avião” era coisa para poucos, aeroporto era um lugar chique, roupa de festa era o traje. Sobre o distinto cidadão, que iria aparecer em fotos de cartões postais do estrangeiro, acabavam pesando alguns ônus, para compensar o raro privilégio. Os parentes mais importantes, os amigos mais próximos, tacitamente tinham o direito de pedir alguma moamba: garrafa de whisky, gravador portátil, tênis All Star , batata Spring , pacote de cigarros Pall Mall , calça Lee , máquina fotográfica Polaroid , dentre outras frivolidades. E lá se vai um turista pra voltar mascate. Fazer leis no Brasil hoje em dia tem alguma coisa dessa antiga tradição colonial. Turistas de outros planetas adentram para o privilegiado mundo da política, com o ônus de embarcar, na bagagem de leis importantes, alguns mimos escolhidos pelos seus prediletos. A lei do SeAC (Serviço de Acesso Condicionado), que regulamenta a TV