Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2019

O MEU AMIGO ME PEDIU

Imagem
Há cerca de 40 anos viajar para o Exterior era coisa rara. “Andar de avião” era coisa para poucos, aeroporto era um lugar chique, roupa de festa era o traje. Sobre o distinto cidadão, que iria aparecer em fotos de cartões postais do estrangeiro, acabavam pesando alguns ônus, para compensar o raro privilégio. Os parentes mais importantes, os amigos mais próximos, tacitamente tinham o direito de pedir alguma moamba: garrafa de whisky, gravador portátil, tênis All Star , batata Spring , pacote de cigarros Pall Mall , calça Lee , máquina fotográfica Polaroid , dentre outras frivolidades. E lá se vai um turista pra voltar mascate. Fazer leis no Brasil hoje em dia tem alguma coisa dessa antiga tradição colonial. Turistas de outros planetas adentram para o privilegiado mundo da política, com o ônus de embarcar, na bagagem de leis importantes, alguns mimos escolhidos pelos seus prediletos. A lei do SeAC (Serviço de Acesso Condicionado), que regulamenta a TV

NAVEGAR É PRECISO, PARA VIVER

Imagem
Ninguém continua sendo a mesma pessoa depois de assistir a um filme interessante. Nem depois de ler um livro interessante. O “interessante” fica a critério de cada um. Durante muito tempo as misses da beleza confessavam terem mudado depois do livro “O Pequeno Príncipe”: “-Interessantíssimo!”, exclamavam. Entre os políticos, mundo afora, muitos mudaram depois de ler “O Príncipe” (o de Maquiavel). Aqui no Brasil parece que os políticos que mais mudaram foram os que leram o Código de Processo Penal, tal é a moleza assegurada a quem entra em cofre público. Se no seu caso não foi um livro, com certeza tem um filme na sua personalidade. Aquele épico, ou algum muito inteligente, quem sabe foram nos diálogos de Bergman, uma aventura de Spielberg, uma comédia do Mazzaropi. Uma novela que marcou a sua vida, pode ser? Uma série do Netflix? As artes em geral trazem mudanças, transformam, mas o cinema, e suas derivações nos gêneros audiovisuais, são poderosos. Ali e

ENFIM, A MUDANÇA QUE NÃO CHEGOU

Imagem
“ Este é um momento histórico!” Você já leu muita baboseira depois de uma frase dessas. Besteiras, mesmo! Mas, neste caso, há de convir que a coisa é séria. Pouco mais de 20 anos atrás, investir em empresas de telefonia estava entre os melhores negócios da Terra. Foi quando o governo brasileiro privatizou as estatais do sistema Telebrás e foi acusado de abrir mão de um patrimônio nacional. “Um imenso potencial econômico, serviço estratégico, tecnologia de ponta para sermos competitivos”, era isso que estaríamos “entregando”. Pois veja só a peça que a tecnologia nos pregou! Nesta semana, as empresas estrangeiras que adquiriram aquele imenso ativo nacional, comemoraram a aprovação do PLC 79, a lei que dará a elas o direito de deixar de lado a telefonia fixa. Isso não é histórico? Por qualquer lado que se olhe, com certeza, o é. Por exemplo, a velocidade das transformações tecnológicas. A imaginação humana não foi capaz de prever o que ela mesma poderia mudar em tã

LIÇÕES REAIS DAS EPOPÉIAS IMAGINÁRIAS

Imagem
Ela é, talvez, a maior fábrica de vilões famosos. Mas também criou muitas das figuras mais encantadoras na imaginação de muitas gerações. A Disney, marca forte na memória afetiva no mundo, é uma prova de que personagens neutros, nem bons, nem ameaçadores, não têm graça nenhuma. Será que até ela própria se convenceu de que deveria escolher um dos lados? A empresa Disney começou a falar em “dominação”, num enredo que acontece deste lado real da vida. Uma estratégia agressiva – não tem palavra melhor nesse caso – no mercado de streaming , tem como meta levar a Disney+ à dominar os negócios na área. Por qualquer lado que se olhe, ela manda mais na aposta para conquistar o consumidor. A empresa está forte o suficiente para encarar seus concorrentes sem nenhuma modéstia. Neste ano já emplacou cinco filmes com bilheteria acima de US$ 1 bilhão nos cinemas. Quer essa mesma performance agora nas pequenas salas, aquelas onde o televisor é o objeto mais marcante da